Murilo Ferreira, um político à frente da Vale

Diferente de Roger Agnelli, seu antecessor, que foi criticado pelo ento presidente Lula por demitir durante a crise de 2008, o novo presidente da companhia revela-se bem mais alinhado aos interesses palacianos



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247 - Durante a crise econômica de 2008, o então presidente da companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, reduziu produção e demitiu funcionários. As medidas drásticas (e impopulares) que o executivo achou por bem assumir terminariam selando o descompasso político entre ele e o Planalto, na época comandado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva. Técnico, Agnelli não cedeu às pressões do governo e manteve a demissão de 1,8 mil funcionários no auge da crise. O seu sucessor, no entanto, mostra-se bem mais alinhado aos interesses palacianos. Há três meses no comando da Vale, Murilo Ferreira desdenha a crise em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “A vida segue, não mudamos nossos planos. Não tivemos nenhum pedido de cancelamento de embarque, nenhum pedido de transferência de datas de embarque”.

Sem contrariar a cartilha governamental, Ferreira já anunciou que a Vale estará em breve entre as três maiores empresas de fertilizantes do mundo – a autossuficiência neste setor é uma meta do governo federal. O presidente também afirmou que não abrirá mão de nenhum dos projetos previstos pela Vale por acusações de ingerência política. “Não deixarei de fazer um projeto porque alguém acha que estamos sendo orientados pelo governo”. Para Ferreira, a crise econômica está relacionada à quebra de confiança "em determinados ativos financeiros" e a vida na Vale segue normalmente: "Tivemos em julho um mês muito bom para a história da companhia" e uma possível revisão de investimentos neste cenário de crise internacional, Ferreira é enfático: "O planejamento estratégico da empresa é bastante arrojado". Em seus primeiros meses no comando já se vê que temos um político, e não um técnico, no comando da maior mineradora do Brasil.

 

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